segunda-feira, 17 de outubro de 2011

SOMATIZAÇÃO

SOMATIZAÇÃO

QUANDO A DOENÇA DO CORPO VEM DA MENTE



Toda doença tem uma relação com a psique e com as emoções da pessoa; quando há problemas nessa área, o corpo sente.



A empresária Acácia Lima coloca o bom humor pra funcionar,brincando de engolir um sapo. Mas, por causa de um sapo ela passou duas semanas com uma inflamação violenta. Surgiu uma bola na garganta. Quase não conseguia tomar água. O sapo, no caso, foram os desaforos ouvidos de uma pessoa com quem trabalhava.

O que aconteceu com ela é chamado pela medicina de somatização: transferência para o corpo do que deveria ser vivido e suportado no plano psiquico. Ou seja: o corpo manifesta-se, porque psiquicamente a pessoa não conseguiu dar conta do impacto que o acontecimento provocou.

E é consenso entre os médicos que seguem a medicina psicossomática: toda doença tem relação direta com manifestações psíquicas e emocionais. Assim, desconfortos e desajustes psiquicos vão produzir diretamente sintomas e doenças no corpo ou então irão agravar as doenças que a pessoa já possui.

Dificuldades para respirar e palpitação são alguns dos sintomas somáticos mais comuns.Quanto ao agravamento de doenças, ele pode ocorrer tanto no caso de uma simples gripe quanto em um quadro patológico mais sério, como câncer. A recuperação de uma cirurgia, por exemplo, pode ser prolongada se o estado psicológico do paciente estiver debilitado.

As manifestações somáticas, às vêzes , tomam grandes proporções, perdurando anos e ganhando a forma de doença crônica – caso das pessoas hipocondríacas.

Mas essa ligação entre psiquismo e saúde do corpo costuma ser considerada apenas quando se fala em algumas determinadas doenças, na verdade, um grupo de sete patologias que foram bastante estudadas nos anos 60. São elas: asma brônquica, úlcera, retocolite ulcerativa, hipertensão, eczema, hipertireiodismo e artrite reumatróide.

”Essa visão tornou-se reducionista, limitante, porque o ser humano é integral, mente e corpo são indissociáveis. Assim, todas as doenças são de algum modo psicossomáticas”.

Somatizadores em potencial segundo a psicodinâmica (que estuda os processos mentais e emocionais subjacentes ao comportamento humano), os somatizadores potenciaissão pessoas pouco dadas a elaborações psíquicas, que têm uma excessiva ligação com a realidade e cuja vida é pouco recheada de fantasias e imaginação.

A falta de contato da pessoa com as suas questões psicológicas tende a causar um estado permanente de angústia.

A pessoa tem esse sentimento e não sabe porque. E a angústia é o fogo que alimenta a permanência dos sintomas de uma doença.

Nesse sentido, pessoas com doenças crônicas, por exemplo, que vivem deprimidas e angustiadas vão ser mais afetadas pela doença do que as que encaram a vida com mais otimismo e confiança.

Prender afeto dói, até reprimir afeto causa males no corpo. As doenças surgem e se agravam por causa da dificuldade de as pessoas expressarem seus sentimentos no mundo. As pessoas que represam os afetos são limitadas do ponto de vista humano. Daí, estão muito mais suscetíveis a manifestarem no corpo o que não estão conseguindo resolver no coração.

Defesa fraca. O primeiro fator que leva ao surgimento somático ou ao agravamento de doenças é a queda na imunidade. Se a pessoa está triste, ou deprimida, é notável o prejuízo na resposta imunológica, o organismo sente na hora.

Outra resposta orgânica é a liberação dos hormônios corticóides, como a adrenalina, que ocorre em decorrência de um estímulo externo ( um susto por exemplo) Mas, quando essa liberação se repete com frequencia, torna-se danosa, já que ela significa contração dos vasos sanguíneos e dos músculos, e aumento da pressão arterial.

Pessoas que vivem em situação de desamparo, que se sentem sem saída e sob ameaça e não procuram superar issso psiquicamente vão ter uma resposta orgânica inevitavelmente.

Muitas vezes o paciente prefere um medicamento em substituição a uma terapia ou outro recurso que o ajude a trabalhar a sua psique. Ele quer um remédio milagroso para resolver seus dramas. A maioria dos médicos tem uma parcela de responsabilidade. Eles não abordam questões emocionais e psiquicas e nem se interessam pela história de vida dos pacientes. É por essa falta de visão que muitas pessoas sofrem sem necessidade.

Sendo assim, vale a dica: observar se, por trás do mal físico que o aflige, há questões psicológicas sobre as quais pode-se interferir.